Vírus da AIDS transgênico pode ajudar a tratar doenças genéticas graves
7/31/2013 09:00:00 AMFonte do blog: CIB
Quem imaginaria que um dia o vírus do HIV poderia ser usado no
tratamento de doenças genéticas? Em 1996, o cientista italiano Luigi
Naldini levantou essa hipótese, mas somente agora ela tornou-se
possível.
Dois estudos recentes publicados na revista Science e
liderados por Naldini revelam que o vírus da imunodeficiência humana
pode ser usado para tratar doenças genéticas graves, como a
leucodistrofia metacromática e a síndrome de Wiskott-Aldrich, que causam
a morte prematura de crianças.
Para transformar o HIV em um “vetor do bem”, os cientistas italianos
modificaram geneticamente o vírus para que apresentasse o gene que
corrige a mutação genética dos pacientes.
Depois, inseriram o vírus
transgênico nas células doentes, onde eles se fixaram na membrana e
introduziram suas informações genéticas no interior celular.
Em seguida,
as células modificadas foram recolocadas nos pacientes e eles passaram a
produzir os genes corretos.
Foram mais de 15 anos de pesquisas e testes até que os primeiros
pacientes dessas duas enfermidades respondessem positivamente ao
tratamento.
Em crianças com a síndrome de Wiskott-Aldrich, que age
diretamente nas células do sangue e enfraquece o sistema imunológico,
deixando-o muito suscetível a infecções e doenças autoimunes, a produção
de plaquetas e linfócitos no sangue foi normalizada.
Em portadores de
leucodistrofia metacromática, distúrbio metabólico que causa o acúmulo
de lipídios no corpo, as células modificadas viajaram pela corrente
sanguínea até o cérebro, onde liberaram os genes corretos.
Lá, a
quantidade de proteínas produzidas por células saudáveis superou as
defeituosas, o que evitou o processo neurodegenerativo característico da
doença.
Agora, os pesquisadores precisam esperar até que a terapia gênica com
o HIV geneticamente modificado se mostre 100% segura, mas a expectativa
é que essa técnica seja usada para tratar ainda mais doenças genéticas
no futuro.
Fonte: Telethon – Julho de 2013
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